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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Meu lado espiritual de ser - proposta para uma nova práxe espiritual

A maioria das pessoas acreditam num ''lado espiritual''. Esse tal lado espiritual significa o meio pelo qual é possível haver comunicação com o Divino. Assim, cultivar a espiritualidade passa a consistir em buscar a Deus, rezar/orar, ler textos sagrados, participar d'uma congregação, etc.

Mas o que penso sobre essa forma de espiritualidade? E o que penso sobre o lado espiritual humano??

Respondendo a primeira pergunta eu digo que nada de errado há em viver a espiritualidade da forma acima descrita (ler, textos sagrados, orar/rezar, frequentar um templo..). Contudo, eu acredito num lado espiritual cujos ''sentidos'' e formas de exercício ultrapassam as fronteiras dedutíveis desse modelo de prática espiritual. E daqui por diante começo a responder então a segunda questão.

- Um lado espiritual em primeiro lugar é também um lado humano, isto é, espiritual-humano; pois ao mesmo tempo em que através do espírito se busca o invisível, o eterno, o imutável, o núcleo e a impressão do Mistério que n'algum lugar e n'algum tempo nos selou, tal busca jamais será isenta do peso do corpo, da matéria, do corruptível, enfim, do pecado. Só haverá busca por Deus na medida da percepção de Sua falta em nós.
- Em segundo lugar, meu lado espiritual de ser não é ''um lado'', uma parte aparte, mas antes um todo, co-juntamente com meu lado físico e emocional. Assim exercito minha espiritualidade quando faço exercícios físicos, quando cuido da alimentação, quando trato as emoções, quando canto cantos que me tornam vivo, etc.
- Em terceiro, esse ''lado'' me ajuda não só em minha relação com Deus, mas também comigo mesmo. Assim, ser espiritual é alguém que não apenas ''se entende'' com Deus, mas também alguém que se entende ''consigo'' mesmo. Então quando estou em contato comigo mesmo, quando me sinto, quando entro na órbita de minha própria realidade, adentro numa conexão espiritual.

Dessa forma, não apenas textos sagrados e lugares sagrados fazem o arcabouço de uma práxe espiritual, mas tudo o que possa ser útil ao momento e à unidade (isto é, a desfragmentação) do ser, de sua consciência, e de seu sentir.

É como diz o livro A Cabana:

"..mas desse modo todos os caminhos levam o homem até Deus!

E Deus respondeu:

- Não. Na verdade, sou eu quem me utilizo de todos os caminhos para chegar até o homem!".

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